sexta-feira, 28 de novembro de 2008

" a pessoa por quem a gente se apaixona é sempre uma invenção..."




Assisti o filme "Romance" a umas 3 semanas e ainda fico pensando sobre ele. A história é repleta de elementos que compõe um cenário de relacionamentos nos levando a um certo envolvimento com a trama e a uma refletxão sobre nossas vivências amorosas, especificamente aquelas que consideramos romances.
O amor do casal principal junto ao drama da história de Tristão e Isolda se entrelaçam, se cruzam e certas vezes até se confundem. Em meio a história do filme, que vale destacar: é maravilhosa, uma fala que me chamou a atenção foi:

"a pessoa por quem a gente se apaixona é sempre uma invenção"

Temos o dom de enfeitar, de construir e desconstruir imagens alheias. Que petulância a nossa. 50% de verdade e 50% de invenção.
Alguns dizem que o amor verdadeiro acontece quando enxergamos no outro o que nós somos. Será que também inventamos nós mesmos? logicamente! Eu não tenho dúvidas. Somos metade metade.

Nos entregamos corajosamente para alguém que talvez nem perceba tamanho feito , e com o passar do tempo...descobrimos que esse alguém inventou você assim como você o inventou. Por isso o que você espera do outro muitas vezes não acontece e vice-versa.
O amor é o sentimento mais puro que pode existir, seja ele por quem for. E se me permitem a audácia, na minha opinião ele é grandioso, tanto que fico questionando-o a todo momento, talvez pela minha incapacidade de admiti-lo ou de não saber encontrá-lo em nenhum lugar.

Nosso estranho amor - Caetano Veloso ( Música que compõe a trilha do filme)

Não quero sugar todo seu leite
Nem quero você enfeite do meu ser
Apenas te peço que respeite
O meu louco querer
Não importa com quem você se deite
Que você se deleite seja com quem for
Apenas te peço que aceite
O meu estranho amor

Ah! Mainha deixa o ciúme chegar
Deixa o ciúme passar e sigamos juntos
Ah! Neguinha deixa eu gostar de você
Prá lá do meu coração não me diga
Nunca não

Teu corpo combina com meu jeito
Nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Não valem dramáticos efeitos
Mas o que está depois

Não vamos fuçar nossos defeitos
Cravar sobre o peito as unhas do rancor
Lutemos mas só pelo direito
Ao nosso estranho amor




Por Mayara.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A espera _ _ _

parada no tempo
sem razão para andar
e sem medo de sair do lugar

uma inquietação.
confusão.

existe alguém que compreenda um coração inquieto,
um coração apreensivo?

será alguém que ainda está dentro dos nós da mente
e ainda não se pôs como gente?

Esperando o mundo andar...
mas ele está caminhando!

uma inquietação.
confusão.
será o
fim?



Por Mayara.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Vazio

Enquanto só, queria o afago você me deu o que tem de pior: o nada.
Faço um esforço e ainda consigo te olhar nos olhos para indagar o porquê de tanto ar dentro dessa bolha que eu não quis me pôr.
Depois de tanto tempo, da falta da chegada, do desejo não suprido, só tenho o nada para me confortar. E pode ter certeza de que dói mais do que qualquer coisa que de fato exista.
Incolor e cheio de dor é o nada. Ele veio com um vento frio. Me arrepiou um desespero, de procurar palavras para o que não foi feito. Nada. Tão triste é o nada que nada pode fazer para deixar de ser nada.
Uma gota quente escorre sobre o meu rosto que seca com o vento frio que agora é vendaval e não suporta saber que mesmo tão carregado de ar, e infelizmente dele é feito, eu não aceite a sua grandeza de nada.
Me vejo passando a mão ao vento tentando ainda assim segurar alguma coisa qualquer a qual eu pudesse sentir, que não fosse essa dor

que o nada me causou.


Por Mayara.

Corpo Estranho

Não sei ser sua,
é o que penso

Perceba no meu caminhar,
no meu jeito carinhoso de te olhar,
perdido

Não sei ser sua,
com todas as peças desse meu quebra-cabeça.
perdoe-me

Não sei estar, sem pensar,
a razão me perturbar
e anuviar...e iludir-me

Não sei cantar sua música
dançar a tua valsa
com tuas vestes sem falaciar

Pensar com razão minha
com palavras minhas...
e de seu, só o teu corpo estranho

Dentro de mim,
na minha vida,
um corpo estranho a morar.

não é meu
Não sei ser sua.
Mas ele insiste em aqui se abrigar.


Por Mayara.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Claro e escuro. Escuro e claro.

Em meio a tanto blá, blá, blá...e as vezes é somente isso mesmo, está uma vontade enorme de ser compreendida. Isso não é um caminho fácil. Nem o de se fazer compreender nem o de compreender.
E quer saber? Como diria Clarice...

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresses manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo." (Clarice Lispector)

Entendeu?




Por Mayara

sábado, 15 de novembro de 2008

Um estímulo, por favor.


Como se tivesse um cardápio variado de líquidos e alimentos para a mente, para o corpo e para a alma, hoje vou de estímulo. Já provei algumas vezes dele, umas sem perceber estava entornando um copo cheio de estímulo - Alguém que provavelmente queria ser gentil e o encheu sem que eu percebesse. Nesse momento, eu mesma peço um copo bem gelado, o sabor pode ser surpresa e não quero canudinho. Em uns quatro goles eu mato essa bebida e consigo me refrescar. No primeiro gole, a dose vai ser pequena, pois como não especifiquei o sabor ele pode não me agradar. No segundo, depois de já sentir do que é feita a bebida, a dose será maior. Acho que provavelmente vou gostar do sabor pois ainda que eu não tenha escolhido, estímulo é estímulo independente de qual foi a idéia do gosto. No terceiro gole, já um pouco mais relaxada por efeito da própria bebida que é bem forte, beberei quase que sem perceber, sem lembrar mais porque tive vontade de pedir especificamente ela. E finalmente no quarto gole, vou beber de uma vez e bem rápido, pois tive uma idéia enquanto degustava do estímulo: acho que vou para casa vestir a minha melhor roupa, assistir aquele filme que tanto quero com a pessoa ideal para um momneto a dois e aproveitar com ela esse meu êxtase pós estímulo.


Por Mayara.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008



"Se ela se penteia Eu não sei! Se ela usa maquilagem Eu não sei!
Se aquela mulher vaidosa Eu não sei! Eu não sei! Eu não sei!..."

Andando pela rua, mais a frente atravessa. Acelera o passo antes que aquele objeto estranho, por segundos distante, a alcance. Ao escapar do perigo...se depara com um estabelecimento particularmente diferente, luminoso e de cores vivas. Entra. Observa atentamente o que aqueles semelhantes tem a coragem, a ousadia de fezer. Ao ser notada, um destes faz um sinal de convite. Impulsionada por uma vontade repentina e uma identificação quase que imediata com aquele lugar e aqueles seres que entravam puros e saíam iliuminados, adentra numa sala que parecia reservada. Parecia a sua espera, segue os comandos do guia, que exercia movimentos automáticos e meticulosos, mas com a segurança de quem tem conhecimento sob sua ação. Com os olhos fechados deitada numa espécie de maca, sente que algo era expelido de seu rosto, de seu corpo! Tentou livra-se pois a dor era fina e maior a cada "coisa" que ia sendo arrancada de si, mas foi empedida por quem a guiava até então com semblante de paz. Ao fim desse processo que lebrava a tortura, deram-lhe um espelho como se quisessem provar quem realmente era, ou se tornara depois daquele sacrfício. Viu uma luz diferente que tomara conta de seu rosto. E em meio a tanto burburinho e histórias que ali eram ouvidas, escutou a primeira frase direcionada a ela: "Ficou lindo! Você é outra pessoa".
Mais tarde em casa se sentia mulher, podia vestir qualquer uma de suas roupas que sua beleza sobressaía e iluminava. Tinha naquele dia, descoberto os mistérios da beleza.

O que para uns é um absurdo, para outros é necessário. O que é fácil para uns, para outros é complicado, como decidir com que roupa vai sair, o que vai escolher para comer, para que lugar sair, que filme assistir...dilemas femininos sim! Mas se não fosse por eles, não seríamos mulheres! Dessas que despertam admiração, amor repentino, paixão e até ódio de algumas pessoas.
Somos complicadas, mas ecantamos! (Quando queremos e quando não)
Descobrimos a beleza e alguns outros truques. E temos ainda um mundo para descobrir e desvendar. Cuidado...Ainda vamos dominar o mundo! auhuhauhuauah


Por Mayara.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ouvindo o silêncio...

Pois é, a TPM que tantas mulheres passam e falam apesar de parecer só um "surtinho infantil para darmos nossas crises sem nos sentirmos culpadas" e às vezes é isso mesmo!(pelos menos para mim... que já faço as minhas contas e emito o sinal: "SOS! não me leve a sério nos proximos 10 dias")
Mas não é SÓ ISSO... se fosse até seria tranquilo de administrar, quem dera... mas quando chega o ponto de vc chorar com um comercial de plano de saúde é que o negócio ta chegando no seu ápice.
E esse ápice é diferente para cada uma de nós: pode ser uma simples palavra, um simples olhar, ou nenhuma das alternativas acima;pode ser inclusive uma falta de palavra, ou a falta de um olhar...
Porém como não somos masoquistas preferimos tirar algumas lições passando esse período hormonal turbulento; no momento especifico estou normal.. estou?! ah... enfim, estou tentando compreender a arte do silencio( que sem sombra de dúvidas fui reprovada com louvor!) e recorrendo a enigmática Clarisse L. achei:

"Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso."

Pois é...tentando tirar uma visão positiva da TPM(é o momento em que fico mais concentrada.. pode ser em nada , mas fico super concentrada) estou me concentrando em TENTAR ENTENDER esse capacidade que não herdei de ficar em silencio diante das coisas e opiniões sobre o mundo..Será que um dia vou conseguir entender sem falar?...


Por Maíra.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008



- Não. Não quero conversar...
- Não. Não tenho nada pra falar...
- Ai..me dá um abraço?!
- Não sei porque! Mas me deu uma vontade de chorar...
- Você ri de mim porque não sabe o que eu to passando.
- Eu não quero brigar com você...
- Eu te amo. Eu te odeio.
- Não me faça repetir as coisas!
- Ninguém me entende. Não é possível!
- Me deixa em paz!

É...são muitas as coisas que se passam na cabeça de uma mulher.
Sim, nós pensamos demais! Só que não pára por aí. A TPM. Pode acreditar...ela nos faz pensar ainda mais. Só que bem pior que apenas pensar, é não conseguir organizar e filtrar as nossas emoções. Tudo culpa de um processo mais complicado que nós mesmas. Também chamada de "desordem disfórica pré-menstrual", ou carinhosammente TPM. É uma desordem neuropsicoendócrina com sintomas que afetam a mulher na esfera biológica, psicológica e consequentemente social.

O mundo pode acabar nesses ou..."naqueles" dias. E quem irá destruí-lo? Nós mesmas é claro.
Seja com lágrimas e mais lágrimas, com palavras ofensivas para a vítima, ou para nós: o culpado mais próximo, com discussões "calorosas" embebidas de argumentos infalíveis e perversos; com carência excessiva...entre outras coisas.

Por isso meus caros, o papel daquele que não é do sexo feminino, e principalmente daquela que é, mas que ainda está no seu estado "normal" pois seu ciclo te deu aquele descanso.Só resta a vocês entender... Não é culpa nossa. Por isso não nos culpe. E se tem um momento em nossas vidas que aceitamos não ser levadas tão a serio, esse momento é A TPM.
E a propósito...não estava conseguindo escolher o que iria postar, mas como no momento me encontro em desordem neuropsicoendócrina, as palavras saíram. Muitas delas. E podem continuar saindo...se eu não conseguir me controlar...e eu posso querer postar de novo...falar sobre o amor...sobre amizade...sobre a vida...Chega! É melhor parar por aqui.



Por Mayara.



quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Sou tão pequenininha...
Quando me deito me deleito
e me perco no teu peito...
assim tão devagar
me sinto lá longe, noutro lugar.

Para mim, tudo fica mais difícil quando me queres.
penso no que vai nesse caminho até você

Não sou eu o teu desejo
Como poderia isso ser?
Se tão complexo.

A minha imagem em teus olhos
me faz confundir o que é
endurece o meu natural.

Não te culpes jamais,
é tudo minha criação
Esse meu jeito insano de deixar que me ame.

O único pedido é o cuidado,
de saber que sou algo que talvez é maior
do que primeiro foi desejado.


Por Mayara.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Claras, como Clarisse..

Escolhemos uma frase de Clarisse porque pretendemos aqui contar nossos pontos de vista( e são tantos..)de uma forma clara sobre as diversas manifestações de nossos mundos, que no final das contas, é um mundo só.
Mundo de vontades, de sonhos, de risadas e muito mais!!!
Enfim, o mundo infinito das mulheres...

Por Maíra.

A síntese perfeita.

“Sou tão misteriosa que não me entendo.”

Clarice Lispector

Por Maíra.