segunda-feira, 22 de junho de 2009

Me tomou como um veneno

Me corroeu como ácido

Me consumiu como fome

E de querer me faz tocar no pecado

O proibido,

(escondido)

recuei.

Palavras de aramess farpados

Feridas abertas na boca que tenta

Venta

Volta

E não se alimenta

Ferida aberta e a escolha

A escolha ou a ferida

Doente do vício miserável




Por Mayara.


Os olhos cansados dizem que o suspiro pesado é a mesma coisa que subir ao topo do precipício. Fim da linha. E nenhum suspiro merece do outro, atenção. Não era surpreendente.
Decidir ver a vida a dois pés - um passo outro passo...é difícil quando se está acostumado com o ritmo que fazem os quatro, mesmo que desordenados e desarmonicos.
Estar só não é uma questão apenas de não ter ninguém, é também de ser esquecido, ou não ser lembrado ou de não ter um olhar. Olhar não é direcionar o globo ocular, é o cruzar de olhos que demorado ou não, diz mais do que qualquer palavra e não te deixa esquecer da imagem que viu e do que sentiu.
Sentir, sentir é isso. É isso! Não posso te mostrar nem definir com certeza e exatidão. É o que está aqui dentro, pulsando, fervendo, amando.






Por Mayara.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.


Pablo Neruda








Por Mayara.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Quero saber


Quero saber se você vem comigo
a não andar e não falar,
quero saber se ao fim alcançaremos
a incomunicação; por fim
ir com alguém a ver o ar puro,
a luz listrada do mar de cada dia
ou um objeto terrestre
e não ter nada que trocar
por fim, não introduzir mercadorias
como o faziam os colonizadores
trocando baralhinhos por silêncio.
Pago eu aqui por teu silêncio.
De acordo, eu te dou o meu
com o teu te dou o meu
com uma condição: não nos compreender

Pablo Neruda






Por Mayara.

terça-feira, 2 de junho de 2009

a imensidão de uma compreensão.
não alcanço outras
alçam ventos que desconheço

eu te disse desistir
para não te acompanhar nua

na troca e no jogo,
empurra e não aceita
estou longe, longe, longe

não sinto nem cheiro do tempo
que escorregou pelas mãos

sem palavras para levar na bolsa
só sobrou o chão de terra
descampado o caminho
os pés frios
os olhos húmidos,
do deserto





Por Mayara

Chama

De dose em dose me embriaguei
não vejo mais formas
me falta o chão


sem equilíbrio,
te beijei
sem pudor gritei


cuspidas e escarradas palavras
jogadas

despida
sem linha reta
fiz curvas e saltei desníveis imaginários
apenas com a lembrança do amor



Por Mayara.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Eu gosto do seu corpo
Eu gosto do que ele faz
Eu gosto de como ele faz
Eu gosto de sentir as formas do seu corpo
Dos seus ossos
E de sentir o tremor firme e doce
De quando lhe beijo
E volto a beijar
E volto a beijar
E volto a beijar

E.E Cumings


O chão é cama

O chão é cama para o amor urgente
Amor que não espera ir para a cama
Sobre o tapete ou duro piso, a gente
Compõe de corpo e corpo a úmida trama

E para repousar do amor, vamos a cama.
Drummond.